quinta-feira, 13 de junho de 2013

[DEBATE] E seu direito de manifestar?

O que quero falar hoje é: já perceberam o quanto o poder público está preocupado com a população? A gente vive uma insegurança muito grande aqui em São Paulo, com pessoas sendo queimadas vivas porque não tem o dinheiro que os assaltantes querem - porque não basta ser assalto, você tem que ter muita grana também para alimentar os caras. E nos últimos meses a população passou por várias coisas do gênero. O que Estado resolveu? Nada que eu me lembre. Para gente sair de casa, tranquilo, não existe proteção, não existe força policial, mas para cair matando em cima de manifestante tem. Então, o que você acha? Que o governo tá preocupado comigo e com você ou com o grande executivo, em fazer bonito pro gringo, para FIFA?
E nossa mídia? De qual lado ela está? Pelo jeito nunca foi do lado da informação, da verdade. De tempos em tempos - ou será sempre? - ela só noticia o que é apenas uma parte da verdade, ou no máximo a meia-verdade daquilo. Vez ou outra a gente vê a discussão sobre liberdade de imprensa, mas que liberdade é essa, senhores da mídia, que só conta o que é de interesse do governo? Muito dinheiro atrás de vocês também? A ditadura nunca acabou? Porque parece que ela nunca acabou e que agora que existe um novo movimento, novas tentativas de se fazer ouvir, ela precisa se rebelar e reprimir de novo. Estamos vendo jornalistas, cinegrafistas, e vários outros representantes da mídia apanhando também, apanhando porque estão cobrindo só o lado do "coitado dos policias, coitado do cara que usa carro e não pode se locomover porque tem um monte de baderneiro na rua", sendo o cara do carro nunca sai do lugar, sendo que a polícia é quem tem as armas, não o manifestante, não a população.

Que governo é esse, que mídia é essa que reprime o direito de você ir à rua e dizer que não concorda, que aquilo está errado? Não falamos que estamos numa democracia? Que democracia é essa? Não há dialogo, não existe espaço para as pessoas falarem o que reivindicam, o que incomoda. Existe você poder ser preso, você poder apanhar, você ser acusado de destruir o patrimônio público, aquele que o governo vai arrumar com o dinheiro da população, das altas taxas que pagos em tudo, com o dinheiro da população que é roubado pelo senhor governador, pelo senhor senador. Porém você, eu, seus amigos, não podemos reclamar, precisamos aceitar tudo, sempre, precisamos ficar em casa vendo a globo e acreditando que esse mundo de medo, alienado, é mundo que a gente quer.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

[DEBATE] Sobre aborto e o estatuto do nascituro

Não venho até aqui defender a descriminalização do aborto - apesar de ser a favor de tal. Estou aqui para falar sobre a nova aberração que querem nos empurrar nesse país: Estatuto de Nascituro. Se você ainda não conhece, é bom dar uma pesquisada, mais ainda se você for mulher. Entre outros detalhes o texto visa te investigar se você engravidar e tiver um aborto espontâneo. Ele visa te investigar se você engravidar, adoecer e precisar de um tratamento para se manter vida, mas que mataria seu feto e optar por fazê-lo - porque você morrer não tem problema, mas um embrião morrer porque você se tratou tem. Ele visa, também, te impedir de abortar caso seja estuprada, ele obriga que você carregue o filho - querendo ou não -, que o seu estuprador, caso encontrado, assuma a paternidade, pague uma pensão e conviva com você e seu futuro bebê. Se o estuprador não for encontrado você vai ter o incrível benefício chamado Bolsa Estupro. Simpático, né?
Vamos por partes. A primeira é a parte econômica: nós estamos, aparentemente, no início de uma crise e aquela velha conhecida nossa, a inflação, tá louquinha querendo bater na nossa porta. O que se espera são medidas para conter essa inflação para o país não dar uma de Grécia e abrir falência. Aí eles dizem que essa lei, financeiramente, é aceitável. Mesmo? Quer dizer que não tem dinheiro pra muitas coisas, mas para fazer uma bolsa-alguma-coisa tem?
Ninguém pensa, por exemplo, o risco da taxa de mortes após o estupro aumentarem, não é? Porque tudo que um estuprador deseja depois de cometer esse crime hediondo é ser obrigado a assumir uma paternidade. Ele é bem esse cara legal que faria isso, já começando pela a atitude muito humana dele com relação às mulheres. Então, muito provavelmente, ele vai garantir que pode estuprar quantas ele quiser e depois não ter esse "problema" na vida dele, porque de um crime hediondo pro outro é um pulo.
No entanto, a pior parte dessa lei é o pessoal antiaborto. Esse pessoal do bem que quer um espaço no Céu de qualquer jeito. Esse pessoal que pensa no próximo acima de tudo, mas não possui uma única pouca razão para ser contra. As “justificavas” deles são aquelas do tipo "Nossa, mas gravidez nem é tão traumático assim" - falam os homens e as mulheres que amam ser mãe, passaram por experiências ótimas e acham que, portanto, toda mulher deve se sentir da mesma forma. Eles falam de religião, esquecendo que o Estado devia ser laico e que ninguém, nenhuma pessoa nesse mundo, é obrigada a seguir a mesma religião que ele ou acreditar num Deus, logo religião só é desculpa para ele e que não devia servir de argumento em momento algum. Muitas mulheres falam das maravilhas de ser mãe e acham que se você não for mãe, se você não puder ser mãe, se você não quiser ser mãe, você não é mulher, falam como se ser mulher se resumisse a isso, de tão alienadas que estão no machismo e na nossa sociedade. A mulher que aborta é assassina, a mulher que não deseja um filho não é mulher. No ponto de vista de muita gente, trauma nenhum justifica esse horrível assassinato de um amontoados de células.
No ponto de vista dessa gente, ser pró-aborto é obrigar a mulher a fazer um aborto, não dar o direito dela de escolher. Por que isso acontece? Porque nossa sociedade só obriga, só empurra coisas goela abaixo e quando se propõe um modelo diferente deste é difícil entender, porque é difícil perceber que se luta pela LIBERDADE de escolha e não pela OBRIGATORIEDADE de atitude.
Esse grupo tão pró-vida não pensa na criança - que não vai ser amparada por eles, pelo Estado, pela igreja. Que pode ficar traumatizada porque não foi deseja, porque é fruto de um estupro, que pode sofrer abusos por crescer num lar não estruturado. Se a criança for para um orfanato vai sofrer, vai sofrer porque nosso sistema de adoção é lento, porque os casais só querem bebês, crianças branquinhas e as outras vão ficando, vão sendo rejeitadas um dia após o outro. Se amanhã essa criança virar uma assassina, uma criminosa por qualquer um dos motivos acima citados, esse mesmo grupo vai defender a pena de morte, a redução da maioridade penal, vai acusá-la de seus crimes hediondos. Não pensa na mulher, porque a mulher não deve ter direito ao próprio corpo, a mulher deve ansiar ser mãe, deve achar gravidez uma passagem feliz na vida. A mulher não pode ter traumas, todas elas devem ser felizes e estar preparadas para tudo sempre. Se ela não estiver pronta para ser mãe, for forçada a criar uma criança e se essa criança sair da linha, a culpa vai ser dela e apenas dela. Porque ela é a mãe, querendo ou não. Falta a esse grupo tão pró-vida, tão maravilhoso, bons argumentos, argumentos de verdade, não desculpinhas de homens - que não engravidam e querem impor decisões as suas companheiras como se fossem donos das mesmas - e mulheres alienadas, que ou só tiveram o lado bom da vida ou apesar dos apesares conseguiram enfrentar tudo muito bem e acham que o mesmo se resume as demais.
Está é a nossa sociedade, resumindo a mulher num objeto de desejo, numa vadia que provoca, numa incubadora.


sábado, 1 de junho de 2013

[RELIGIÃO] A existência de (D)deus



 Eu sempre estou questionando as coisas e ontem mesmo estava pensando - como já aconteceu em outros momentos - porque as pessoas se sentem tão ofendidas com coisas que questionam ou brincam com deus. Algumas pessoas que conheço aceitam isso muito bem, de rirem, compartilharem e todo o resto, mas existe um número incrível de pessoas que consideram a maior ofensa do mundo. Por quê? Por que é tão incomodo ter nossa crença, nossa fé, questionada?
Fui criada como católica e há muitos anos decidi que não queria seguir uma religião. No começo minha mãe ainda tentava me convencer que seria bom participar, que era importante e todo o resto, mas ela não me forçou, ela apenas sugeria e com tempo parou de sugerir. Depois meu pai, que nem passava em frente de igreja, começou a ir na Congregação. Comprou véu, hinário, etc, etc, sem me perguntar nada. Nunca toquei, nem dei atenção. Não é o que desejo para mim.
Eu não tenho nada contra qualquer religião, mas muito contra pessoas que querem impor sua religião, que querem controlar sua vida porque segundo a religião dela aquilo é errado, aquilo não pode. Do meu ponto de visto a religião é algo completamente humano e ela só reflete aquilo que não se quer socialmente. Aí é você quem decide se quer levar isso a diante ou não, você pode muito bem ir numa igreja, acreditar naquilo, mas dizer que não concorda com certos pontos do que é passado. Acho sim que a religião deve ser questionada. Nós somos humanos, nós pensamos e por isso devemos refletir sobre tudo antes de sair por aí apontando coisas que não são da nossa conta e que não nos ferem em nada.
Outra coisa que não suporto é a ideia de um Deus cruel e vingativo. A gente aprende que Deus deu o filho dele para pagar por nossos pecados, que Deus é amor, que devemos amar ao próximo, mas o tempo todo a gente vê pessoas que se dizem religiosas pregando um discurso de ódio, o tempo todo o Deus que essas pessoas pregam é cruel e sai selecionando os filhos que vai amar e que você deve selecionar também. Qual a lógica disso?  Como o Deus que era suposto a ser bom e misericordioso se torna esse ser? Cada vez mais temos visto gente se usando das supostas palavras de um deus para roubarem e se aproveitarem de outras pessoas e é esse grupo de pessoas que depois se diz perseguido. Sério? Sério mesmo? E ainda querem apontar o gay, o ateu, ou aquele cara que segue uma religião diferente da sua? Querem dizer que essas pessoas, que muitas vezes são mais de bem do que o pastor, do que o padre, do que aquele que vai toda semana para igreja, é o problema do nosso mundo?
Não tenho conhecimento suficiente para me dizer ateia, me falta ler muito, me falta questionar muita coisa, mas há anos para eu ter fé, acreditar em algo, não significa que você tem que estar preso numa religião. E seguir uma religião não significa que não posso pensar por mim mesma e ir contra aquilo que me é dito. Nos últimos tempos tenho questionado cada vez mais a existência de um deus, mas ao mesmo tempo me conforta muito acreditar que exista uma força maior do que nós que criou tudo. Eu não sei se essa força é deus e duvido que algum dia eu tenha a resposta para isso, mas eu sei que se algum dia formos capazes de aceitar que a coisa importante é fazer o bem, independente da crença que se tem, o mundo vai ser bem melhor.

terça-feira, 21 de maio de 2013

[DEBATE] E a maioridade penal?


“Ao contrário do que fica parecendo ultimamente, quando os jornais têm dado tanto destaque aos atos infracionais praticados por crianças e adolescentes, este segmento da população é justamente a principal vítima da violência, e não seu principal agente” (Redução da idade penal: punir é a solução?)

Faz um tempo que estou aqui me questionando sobre a maioridade penal e a redução da mesma - um dos mais (velhos) novos assuntos em pauta por aí. Não entendo muito dessas coisas e eu tinha uma opinião meio formada - que não gosto de espalhar porque pode ser uma babaquice extrema - então resolvi ler sobre o assunto primeiro.
Em tese, a maioridade penal é de 12 anos, pois nessa idade já é possível aplicar medidas socioeducativas e punições que, guardada as proporções, equivalem a penas. Assim como a cadeia não reabilita o adulto infrator, essas medidas não reabilitam os jovens infratores, apenas cria o sentimento de impunidade e a revolta a todos, tanto infratores quanto sociedade. (Mais informações)

Ao pedirmos uma redução, estamos culpando exclusivamente o adolescente, buscamos uma vingança, acreditamos que a punição, a lei, é uma medida educativa e que uma maior rigidez deixaria o jovem amedrontado o suficiente para não cometer crimes, mas esquecemos que não funciona exatamente dessa forma. Temos em países como os EUA o exemplo de que leis rígidas não minimizam o problema. Sabemos que nosso sistema não reintegra o jovem, nem o adulto, a sociedade. Além disso, é uma parcela pequena da população adolescente que comete crimes, ainda mais levando em conta o número de adolescentes no Brasil. Nós estamos vendo apenas o âmbito emocional, em resposta aos noticiários, e ocultamos nossa parcela de culpa nessa realidade - não culpa de vítima, nada disso, nossa culpa enquanto sociedade que julga, aponta, mas que não se mobiliza em prol da criança e do adolescente que passa por dificuldades, que preza o consumismo, o individualismo e muitos outros valores duvidosos.
Mesmo quem se mostra a favor, por exemplo, o ex-presidente da OAB Jaul Quadros, ressalta a necessidade de uma mudança nos deveres do Estado e da família com a criança e o adolescente.
Em resumo, o que é preciso mudar no país é o Estado, a sociedade como um todo. Ao "reduzir" a maioridade penal, está se reduzindo a responsabilidade da família, do Estado, está cobrindo a falha destes grupos e apenas penalizando o jovem infrator que muitas vezes tem uma história de abandono, violência, abusos e muitas outras coisas por trás, um jovem que foi criminalizado desde cedo pelas pessoas, pelo sistema que devia cuidar e suprir suas necessidades. São necessárias muitas outras mudanças, nas próprias medidas aplicadas quando o jovem comete uma infração por exemplo. Culpar o jovem, exclusivamente, só oculta, temporariamente, e agrava o problema.
Existem várias abordagens pela internet, várias notícias, é só procurar e começar a criar seu ponto de vista, seu argumento e ter uma opinião além sobre o assunto. De todo modo, segue alguns links que valem ser conferidos e estudados: 
Panorama Nacional – Programa justiça ao jovem 

terça-feira, 14 de maio de 2013

[LIVRO] A culpa é das estrelas - John Green





"Alguns infinitos são maiores que outros."


Titulo: A culpa é das estrelas
Autor: John Green
Páginas: 288
Editora: Intrínseca



Como eu disse anteriormente, não sou dona da verdade, nem mesmo sou boa com resenhas, mesmo assim eu quis começar por uma. A culpa é das estrelas é um daqueles livros que eu sempre batia o olho quando entrava numa livraria, mas, devo admitir, fugi por meses a fio. Por que?
Porque acho o tema central muito delicado e não sabia se eu conseguiria lidar. O tema é delicado porque muito provavelmente você, assim como eu, conhece alguém que tem/teve câncer, e às vezes essa pessoa é próxima o suficiente para te afetar. Ainda assim juntei um tanto de coragem e fui ler.
O livro conta a história de Hazel Grace, uma menina de 16 anos, que teve câncer na tiroide que deu metástase para os pulmões, o que a mantém viva é uma droga nova que não deu resultado em vários pacientes, mas nela dá. Hazel sobrevive com ajuda de oxigênio e às vezes é necessário que ela vá para o hospital. Um dia ela conhece Augustus (Gus) Waters num grupo de Apoio a jovens com câncer (uma coisa meio Clube da Luta, sabe? Com todos aqueles grupos de apoios em igrejas). Gus teve um osteosarcoma, amputou a perna, e tem 85% de chances de cura. Então os dois se envolvem, compartilham diversas coisas e se tornam extremamente próximos.
Em resumo é isso, não é possível falar muito mais sem entregar tudo. Para mim, Gus é a graça na história, ele é aquele personagem carismático pelo qual nos apaixonamos. Hazel mostra os altos e baixos de se ter câncer, de saber que, inevitavelmente, vai morrer e isso não vai demorar muito. Green consegue tratar do tema com suavidade, consegue te fazer sorrir e consegue te deixar com alguns nós na garganta - seria meio difícil tratar sobre o assunto e ser apenas feliz o tempo todo, certo? O livro não é otimista, o livro provavelmente mostra a coisa toda de uma forma real em termos de sentimento. O livro nos faz lembrar que todos nós somos efeitos colaterais da vida, afinal, todos nós estamos morrendo, a diferença é que no livro Hazel, Gus e outros, tem uma certeza maior disso.
Não considerei A culpa é das estrelas o livro do ano para mim - muitas pessoas parecem considerar - mas, ainda assim, se você estiver pronto, acredito que seja um livro que vale a pena ler.




quinta-feira, 9 de maio de 2013

Um começo

Ninguém pediu minha opinião e, muito provavelmente, ninguém pediu a sua também. Ainda assim insistimos em dá-las ou pelo menos tê-las (é muito bom que tenhamos, aliás, mesmo que seja para ficar só pra gente). Esse é o meu caso, não sou especialista em nada, não sou letrada em nada, no máximo posso me meter a falar sobre as áreas da Farmácia e nem posso garantir muito, uma vez que nem formada sou. Não faço História, não faço Sociologia, nem Jornalismo, não entendo sobre leis, sobre politica, não sou uma critica literária de primeira, mas gosto de ler, gosto de conhecer, gosto de entender e é por isso que escrevo.
Minhas opiniões não são verdades máximas ou qualquer coisa do gênero, eu posso mudá-las, posso adquirir um novo conhecimento, algo que me faltava alguns anos antes quando comecei a pensar no assunto e todo mundo é assim, todo mundo tem que conhecer um pouco mais, se abrir um pouco mais, parar de achar que tem a única verdade disponível no universo.
Minha intenção é expor minhas ideias, minha intenção é me "forçar" a conhecer mais sobre as coisas, me estimular a ter opiniões mais formadas. Se quiser pode se juntar a mim, se achar que sou uma louca varrida você pode fechar a página e nunca mais voltar. A opção a sua, assim como faço a opção de expor minhas ideias.