“Ao contrário do que fica parecendo
ultimamente, quando os jornais têm dado tanto destaque aos atos infracionais
praticados por crianças e adolescentes, este segmento da população é justamente
a principal vítima da violência, e não seu principal agente” (Redução da idade penal: punir é a solução?)
Faz um tempo que estou aqui me
questionando sobre a maioridade penal e a redução da mesma - um dos mais
(velhos) novos assuntos em pauta por aí. Não entendo muito dessas coisas e eu
tinha uma opinião meio formada - que não gosto de espalhar porque pode ser uma
babaquice extrema - então resolvi ler sobre o assunto primeiro.
Em tese, a maioridade penal é de
12 anos, pois nessa idade já é possível aplicar medidas socioeducativas e
punições que, guardada as proporções, equivalem a penas. Assim como a cadeia
não reabilita o adulto infrator, essas medidas não reabilitam os jovens
infratores, apenas cria o sentimento de impunidade e a revolta a todos, tanto
infratores quanto sociedade. (Mais informações)
Ao pedirmos uma redução, estamos
culpando exclusivamente o adolescente, buscamos uma vingança, acreditamos que a
punição, a lei, é uma medida educativa e que uma maior rigidez deixaria o jovem
amedrontado o suficiente para não cometer crimes, mas esquecemos que não
funciona exatamente dessa forma. Temos em países como os EUA o exemplo de que
leis rígidas não minimizam o problema. Sabemos que nosso sistema não reintegra
o jovem, nem o adulto, a sociedade. Além disso, é uma parcela pequena da
população adolescente que comete crimes, ainda mais levando em conta o número
de adolescentes no Brasil. Nós estamos vendo apenas o âmbito emocional, em
resposta aos noticiários, e ocultamos nossa parcela de culpa nessa realidade -
não culpa de vítima, nada disso, nossa culpa enquanto sociedade que julga,
aponta, mas que não se mobiliza em prol da criança e do adolescente que passa
por dificuldades, que preza o consumismo, o individualismo e muitos outros
valores duvidosos.
Mesmo quem se mostra a favor, por
exemplo, o ex-presidente da OAB Jaul Quadros, ressalta a necessidade de uma
mudança nos deveres do Estado e da família com a criança e o adolescente.
Em resumo, o que é preciso mudar
no país é o Estado, a sociedade como um todo. Ao "reduzir" a maioridade
penal, está se reduzindo a responsabilidade da família, do Estado, está
cobrindo a falha destes grupos e apenas penalizando o jovem infrator que muitas
vezes tem uma história de abandono, violência, abusos e muitas outras coisas
por trás, um jovem que foi criminalizado desde cedo pelas pessoas, pelo sistema
que devia cuidar e suprir suas necessidades. São necessárias muitas outras
mudanças, nas próprias medidas aplicadas quando o jovem comete uma infração por
exemplo. Culpar o jovem, exclusivamente, só oculta, temporariamente, e agrava o problema.
Existem várias abordagens pela internet, várias notícias, é
só procurar e começar a criar seu ponto de vista, seu argumento e ter uma
opinião além sobre o assunto. De todo modo, segue alguns links que valem ser
conferidos e estudados:
Panorama Nacional – Programa justiça ao jovem
Panorama Nacional – Programa justiça ao jovem









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